quarta-feira, 10 de junho de 2015

Avivamento: como?

Como seria possível?
Um avivamento que é passageiro e emocional, onde choramos, nos emocionamos, gritamos, nos arrependemos e fazemos promessas, e, daqui a pouco, nos esquecemos de tudo, e seguimos levando a mesma vida que outrora pedíamos para Deus transformar! 

É um avivamento sem Bíblia, sem a Palavra que gera vida, sem contrição, sem arrependimento e sem mudança de vida.

“Aviva, ó Senhor”. O profeta Habacuque sabia que o povo não sobreviveria se o Senhor não interviesse com uma nova manifestação do seu Espírito. Somente assim a vida espiritual dos fiéis seria preservada, por isso o clamor. Tal fato fica ainda mais evidente quando ele  diz para que Deus, na ira, em meio à aplicação do seu juízo, não se esqueça da misericórdia. Só a misericórdia divina poderá preservar o justo em tempos de aflição e angústia. Sem a Sua misericórdia, o povo haveria de perecer.”(DANIEL, S. Habacuque. RJ: CPAD, 2005, p.143.) 

Segundo Robert Coleman, “O avivamento torna-se evidente pela mudança operada no coração pelo Espírito Santo”. A ideia de avivamento, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sugere um “retorno de algo à sua natureza e propósito”.

C.E.Autrey diz: “Avivamento é a reanimação daqueles que já possuem vida. No seu sentido estrito, diz respeito ao povo de Deus. Reaviva a vida espiritual que se encontra em um estado de declínio. É um instrumento de evangelização.”

João Calvino afirmou: “O avivamento é uma onda que varre a igreja de tempos em tempos, despertando-a, tirando-a do marasmo. É a passagem da fé menor para a fé maior, do cálice pela metade para o cálice cheio, da entrega parcial para a entrega total, da mesmice de sempre para a novidade de vida, das obras da carne para os frutos do Espírito, da posse do Espírito para a plenitude do Espírito, em suma, geralmente menos durável do que uma reforma.”

O rei Josias foi despertado a restaurar a vida espiritual de Judá e a reformar o Santo Templo. Ao ouvir a Lei de Deus, cujo livro havia sido encontrado, o monarca, num gesto de profunda dor e contrição, rasgou as vestes, expondo toda a sua dor (2 Cr 34.19). Consciente da transgressão e pecados do seu povo, ajuntou-o, a fim de que ouvisse a Palavra de Deus e, arrependido, renovasse o seu conserto com o Eterno (2Cr 34.29-33).

Nenhum avivamento é possível sem um retorno incondicional à Palavra de Deus.
O que é que viabiliza o avivamento? O avivamento só é possível através do estudo amoroso, persistente e sistemático da Bíblia Sagrada.

Deus, usa o sacerdote e escriba Esdras para constranger o povo a estabelecer um novo concerto com o Senhor, através do qual seriam restaurados mediante um grande avivamento. O avivamento, naquele tempo também teve início com a volta incondicional de todos ao estudo e à obediência da Palavra de Deus (Ed 7.10). 
A disposição para mudança era tanta que ouviram a exposição da Palavra do amanhecer até o meio dia e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. (Neemias 8:3).
A mudança? Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra. (Neemias 8:6). Foi preciso intervir e lembra-los de que aquele dia era de alegria: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei. (Neemias 8:9).

Uma volta ao ensino e estudo da Palavra, traz os tempos de refrigério novamente, ou seja, o avivamento.

Manter-nos vivos, é o desejo do coração do Senhor.
“Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (Salmo 85.6)

“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57.15)


A Deus toda a glória!



Carlos R. Silva
outono 2015