sábado, 31 de dezembro de 2016

Na Linha de Chegada de 2016

Enquanto olho para  o espaço vazio na minha frente, o papel virtual, como uma folha em branco, passo rapidamente pelos meses do ano.
Não me considero velho, mas lembra-me a antiga função retroceder (rewind) dos vídeo cassetes, enquanto assistíamos às cenas ao contrário.

Final de mais um ano. 
É a corrida da vida com seus reinícios e constante preparação todos os dias.

Corremos com uma "grande multidão de testemunhas ao nosso redor." (Hb 12.1).
Há os que correm conosco e os que nem correm juntos, mas todos observam. 

Por testemunhas, Paulo se referia aos heróis da fé. Homens e mulheres de quem ele diz que "O mundo não era digno deles." (Hb 11.38).
Todos eles tornaram-se especiais, porque creram. E "Porque creram, todas essas pessoas foram aprovadas por Deus, mas não receberam o que ele havia prometido. (Hb 11.39).
Correram, mas nada receberam aqui.

Mas é como se Deus tivesse em mente uma corrida de revezamento, onde um sucede o outro.
Então veja que privilégio Deus reservou para nós: conosco, estes heróis da fé serão aperfeiçoados. 
A partir de nós a história será outra. Isto é um privilégio mas também responsabilidade.
"Pois Deus tinha preparado um plano ainda melhor para nós, a fim de que, somente conosco, elas fossem aperfeiçoadas." (Hb 11.40).

Eles tiveram que se contentar com uma visão de Deus aqui ou ali, mas nós o vimos. Nós "Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14). Porque Deus veio morar conosoco!

Eles iam à presença de Deus, limitados e sempre através de alguém que o intermediasse. Nunca no lugar mais íntimo. Mas nós, através de Jesus, "temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele." (Ef 3:12). Hoje, com ousadia podemos "entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu" (Hb 10:19,20).

Eles desfrutaram da presença de Deus nalguns encontros, viram sua glória em manifestações como na tenda do Encontro ou no Templo. Mas nós somos templo do Espírito Santo (1Co 6.19). E quanto conforto quando lemos: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada." (Jo 14:23)

O sucesso, o chegar bem, envolve deixarmos "de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós". (Hb 12.1).
Isto permite que "continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós." (Hb 12.1).

Vencemos mais um ano, contrariando às previsões mais negativas. Um tempo diferente, onde se quebraram muitos modelos (paradigmas), que entrou para a história.

A corrida continua, "corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé." (Hb 12.2). 

Com ele não só é possível chegar, mas chegaremos bem.

A Jesus a honra, a glória e o poder para sempre!


Carlos R. Silva
31 Dezembro 2016

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Jesus, o Deus Empático

Diferente de qualquer outra divindade, não é difícil aproximar-se de Jesus.
O que é que causa esta empatia?
O que tem de tão familiar na pessoa de Cristo?

John Stott escreveu que “Jesus não é Deus disfarçado de homem, tampouco homem disfarçado de Deus”. Ele é Deus e homem em qualquer lugar e em qualquer tempo.

Como homem, é possível dizer a idade de Jesus quando foi circuncidado (oito dias), quando dialogou com os mestres e doutores no templo (doze anos) e quando começou a pregar (trinta anos).

Como Deus, não há lugar para qualquer suposição a respeito, pois Jesus “é antes de todas as coisas” (Cl 1.17) e está fora do tempo, embora dentro da eternidade (Jo 1.1-3).

Como homem, Jesus teve fome, sede, sono, canseira, passou por privações, chorou, orou, pagou impostos e foi tentado do mesmo modo que nós.

Como Deus, Jesus está acima das leis cósmicas, e não debaixo delas, e tem tudo em suas mãos pois foi lhe "dado todo o poder no céu e na terra." (Mt 28.18).

A Jesus a glória, a honra e o poder para sempre!


Carlos R. Silva 27 Dez 2016



Adaptação de "Jesus não Finge que é Deus nem que é Homem", Refeições com Jesus, Ed Ultimato

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Reflexões Sobre o Natal

Numa modesta estrebaria em Belém da Judeia, um evento inusitado.
Não havia lugar para ele na hospedaria, no palácio de Herodes, nas escolas filosóficas, no suntuoso templo nem na sociedade de então.
Assim, num cocho, no comedouro dos animais ele foi colocado.
Ele toma emprestada a manjedoura anunciando que este rei, o Rei da Glória, vem para um reinado de paz, justiça e humildade.
Despiu-se da sua condição de Deus, torna-se servo, homem e humilha-se.
Era o anúncio de como Deus toma a condição humana para si, porque ele não se valeu nem se escondeu atrás da sua divindade. Tornou-se um de nós.
Foi algo tão importante na agenda de Deus que houve uma eclosão de milhares de anjos nos céus de Belém. Eles cantavam: glórias a Deus no andar de cima e paz entre os homens no andar de baixo (Lc 2.14).
A esse evento e a esse dia, dá-se o nome de Natal.
Quando chegou a data certa, o Verbo “se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória” (Jo 1.14).
Exatamente aí, Jesus entra no tempo e torna-se visível e palpável.
Referindo-se a esse evento, Paulo escreve: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4).
Ao tomar forma a humana, o Verbo não deixa de ser o Verbo, não deixa de ser Deus, não deixa de ser eterno.
Ele apenas torna-se igual a nós, vira gente, humaniza-se.
E assim, o que para o homem era impossível, chegar a Deus, tornou-se viável.
Deus fez o caminho inverso.
O Eterno entrou no nosso tempo.
O Infinito entrou no espaço.
O Santo veio aos pecadores.

A Jesus a glória, a honra e o poder para sempre!

Carlos R. Silva
25 Dez 2016



Adaptação de "Jesus Entra no Tempo", Ed Ultimato, Refeições com Jesus

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

54 Anos

Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor.
(Jeremias 17:7)


Chego aos 54 anos feliz, agradecido e esperançoso.
Lá se vão meio século e mais um pouco!
Trago comigo muitas lembranças, especialmente aquelas que me fazem bem.
Trago na memória os dias bons e, se ruins existiram, ponho o foco nas lições que eles me ensinaram.
Aprendi bem cedo que a vida é como um conto ligeiro (Sl 90.9). O tempo passa depressa e, mais ainda quando estamos ocupados produzindo algo, servindo.
Entendo que tudo que me vem à mão é dádiva, presente dos grandes, e precisa ser agradecido, aproveitado e vivido.
Se há alguma virtude, algo bom, um rastro decente que vai ficando, algo para ser seguido e imitado, eu atribuo a Deus.
Me rendo todos os dias à sua bondade, misericórdia e soberania.
Olhando ao meu redor, como tudo se sustenta, a imensidão deste universo, a diversidade de talentos dos que nos cercam, preciso admitir: Deus é grande, Deus é bom!
 E apesar de tudo olha para mim como se fosse único. Um minúsculo ponto neste vasto universo, uma fagulha, um ensaio, um rascunho em constante mudança. 
Alguns diriam que o universo conspira a favor de quem está no lugar certo e na hora certa.
Eu prefiro as palavras do apóstolo Paulo: "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28).
É minha convicção e, se servir, se puder ser usado, é o meu conselho.
Obrigado à minha esposa, aos meus pais, meus irmãos, meus filhos, minhas noras, meu neto, aos aspirantes (a genro), meus amigos e meus irmãos de caminhada por passarmos juntos mais este ano.


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pessoas “chipadas”, a marca da besta

Uma visão pentecostal

De antemão, aponto que não é meu objetivo parecer discordante nem polemizar.
Sirvo-me das Escrituras, a exemplo dos crentes bereanos, que “receberam a mensagem com vívido interesse, e dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade.” (At 17.11).

Neste caso, trata-se de passar pelo crivo da verificação atenta, não as Escrituras, mas informativos seculares, o que me deixa mais à vontade.

Matéria em questão:
1. Temer Aprova a Implantação de Chip Obrigatório nos Brasileiros em 2017

Fonte da informação:
O site relacionado com a matéria, http://www.fucadanarede.com/, é de cunho sensacionalista, assemelhando-se a certos tabloides. Apresenta matérias e imagens de mau gosto e até apelativas. Sua autoria é reivindicada apenas por um endereço de email de um provedor gratuito.

Outras fontes de informação poderão ser mais esclarecedoras:

1. Matéria sobre o Documento com Chip no site Portal Brasil, do governo: 
“Lançado projeto que unifica todos os documentos” em 28/05/2015:

2. Matéria no site Gospel+ sobre Uso de Chips para Identificação, assinada pelo publicitário e redator do Gospel+, Thiago Chagas: 


3. Informação de que é boato uma matéria anterior, que vincula à presidenta Dilma a aprovação de “Implantação de Chips nos Brasileiros”: 

4. Outro site que aponta como boato matérias desta natureza, assinado por Edgard Matsuki e pela jornalista Hellen Bizerra: 
5. Informações tecnológicas sobre os “Chips” no site TecMundo, especializado em tecnologia, de propriedade da No Zebra Network Ltda: 


6. Post no Twitter do Pr Silas Malafaia, negando afirmações atribuidas a sua pessoa, na mesma época da matéria que citava a aprovação pela presidenta Dilma: 

7. Excelente postagem do escritor Mário Persona “Devo me preocupar com o "chip da Dilma"? 

O objetivo destas pesquisas, levantadas na própria internet, é que nos firmemos no Senhor Jesus Cristo, esperemos por Ele, que é a fonte de toda a vida, inclusive e, principalmente, da vida eterna.

São somente boatos que, geralmente, distorcem matérias correlatas, com a finalidade de alarmar as pessoas, provocando a retransmissão de mensagens eletrônicas que só congestionam os meios e desviam o foco dos menos desavisados. São as distrações do caminho. 

Os que, realmente, são do Senhor não precisam temer pois devem confiar nas palavras de Jesus: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão.
(João 10:27,28).

O anticristo se levantará, isto é bíblico, assim como os processos que terão lugar no seu governo: alianças, requisitos como a marca da besta e perseguição aos que não se sujeitarem. 

Mas, na visão pentecostal, a Igreja do Senhor, nós os salvos, a esta altura estaremos com Cristo, a noiva já estará com o esposo, já teremos sido arrebatados.

Poderá ser num dia como qualquer outro. Alguns poderão já ter dormido no Senhor, outros talvez estejam na sua lida diária, mas de repente, sem que ninguém espere, rapidamente, se ouvirá o som de uma trombeta!

“Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta.
Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.” (1 Co 15:51,52).

Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. 
Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. 18 Consolem-se uns aos outros com estas palavras. (1Ts 4.16-18).

O período em que será obrigatória esta marca, que pode até nem ser um chip, conforme Apocalipse 13.16-17, será durante a Tribulação, que ocorrerá em dois estágios. Um período de aparente “paz” seguido por outro de intensa dor e destruição, chamado de A Grande Tribulação.

Irmãos, quanto aos tempos e épocas, não precisamos escrever-lhes, pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: "Paz e segurança", então, de repente, a destruição virá sobre eles, como dores à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão. (1Ts 5:1-4)

Mas, isto é para quem estiver por aqui!

Quer saber mais, vá até a fonte:
 “Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” (22:17)


A Deus toda a glória!


Carlos R. Silva
Novembro 2016

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A voz de Deus

Tornou o Senhor a chamar: Samuel! Este se levantou, foi a Eli e disse: Eis-me aqui, pois tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei, meu filho, torna a deitar-te. Porém Samuel ainda não conhecia o Senhor, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor. (1 Samuel 3:6,7)

Tem algo interessante na vida do ainda moço Samuel, que mais tarde se tornaria profeta e juiz em Israel.
Primeiro, a voz de Deus era tão parecida com a voz do sacerdote Eli, que ele ficou confundido. Somente nos filmes, a voz de Deus ecoa pelo ar!
Na vida real, as maneiras como Deus fala são facilmente identificadas com outras vozes, e quem sabe, com a nossa própria voz.

Nossa agitação diária pode muito bem estar abafando ou distorcendo a voz de Deus.
Para os que vivem em áreas urbanas, o barulho das nossas cidades é ensurdecedor. Pare para observar.
Fato é que trazemos este barulho para dentro de nós. Por vezes, estamos tão agitados interiormente que nada parece atingir nossos ouvidos.

Segundo, consideremos a frase “…Samuel ainda não conhecia o Senhor, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor”. Samuel ainda era um principiante, estava iniciando o processo de aprendizagem que o tornaria no grande profeta e juiz em Israel.

Compreender isto é importante. É contrário ao pensamento comum, entre os cristãos, de que a espiritualidade é algo que se herda, ou que pode ser recebida pela imposição de mãos, por exemplo. Desavisados, podemos nos pegar buscando esse “toque”, ou essa “unção” que nos torne automaticamente grandes homens ou mulheres de Deus.

A grandeza de vários personagens, na história do povo de Deus, não se deve a alguma visitação especial, ou então à posse de algum dom extraordinário que os tornou diferentes dos outros mortais. É fruto de uma vida espiritual cultivada com obediência, aprendizado e disciplina.

O certo é que fomos chamados para caminhar em fidelidade com Deus e permitir que Ele nos conduza rumo à maturidade.

Não há grandes saltos, nem avanços repentinos. Às vezes, experimentamos visitações extraordinárias da presença de Deus, verdadeiros avivamentos pessoais, mas o crescimento espiritual normal é o resultado de um processo lento e contínuo. É crescimento.

O autor da carta aos Hebreus refere-se a isto: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (5:14).

Perceba a expressão “pela prática”. Outras versões traduzem “pelo exercício constante”. Todas destacam um processo de aprendizagem que inclui a possibilidade de equivocar-se, como aconteceu com o jovem Samuel.
Mas faz parte do aprendizado, é o processo de crescimento.

Para pensar:
Alguém disse certa vez: “Todos querem ser algo na vida; mas ninguém quer crescer.”
Que passos você está dando para compreender melhor os mistérios da vida espiritual?
Como exercita os seus sentidos para poder discernir entre o bem e o mal?

A Deus toda a glória!


Carlos R. Silva
Setembro 2016


Adaptção com adicionais do artigo "A voz de Deus" de Christopher Shaw - Pão Diário (www.paodiario.org)

sábado, 27 de agosto de 2016

Deus vai onde Ele é desejado

Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. (Salmos 63:1).

Quando surgem dificuldades, podemos nos pegar orando assim: “Senhor, afasta de nós esta provação!”. 
Nota-se que os cristãos de países ricos oram assim, gente abastada, que de nada tem falta, ora assim.

Cristãos perseguidos, no entanto, gente que enfrenta dificuldades e intempéries diariamente, alguns dos quais vivem em países muito pobres, oram assim: “Senhor, dá-nos força para suportar estas provações”.

E assim o mundo vai sendo alcançado pela misericórdia de Deus e graças ao trabalho e à luta de muitos que doam a própria vida. São intercessores, homens, mulheres e crianças espalhados pelas casas, pelas empresas e em cultos de oração nas igrejas.

Gente que, incansavelmente, reúne-se para orar, indiferente destes cultos não serem os mais desejados, nem agradáveis e, por isso, pouquíssimo frequentados.

Li uma estatística de que os cristãos de países desenvolvidos do Ocidente representam agora apenas 37% dos crentes no mundo inteiro. Tem-se observado um estranho fenômeno histórico de Deus “se deslocando” geograficamente de um ponto para outro: do Oriente Médio (Igreja Primitiva) para a Europa, depois para a América do Norte, e por fim, para o mundo em desenvolvimento.

A história da Igreja em nosso país registra isso. Lembro-me dos cultos alegres, cheios de vida, quando nem tínhamos conjuntos musicais. Nossos instrumentos eram a voz e as mãos. Mas havia um profundo desejo de conhecer mais a Deus, de ter intimidade com Ele. Ele agora era o nosso tudo!

Hoje, assistimos pela mídia cultos na África, onde canta-se a alegria no Senhor, a vida nova que Ele lhes deu. Cultos que ganham brilho também pela maneira alegre e colorida de vestir-se.

Deus vai onde Ele é desejado.


A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva
Agosto 2016




Compilação de Deus espalhado pelo mundo – Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados – Philip Yancey

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O que é um pai?

Ser pai, começa como um problema. Porque não se aprende em livros e nem vendo os outros fazerem. Aprende-se a ser pai exercendo a paternidade, sendo pai.

O pai está em desvantagem na sociedade ocidental. A figura materna é vista com mais ternura, mais cheia de romantismo. Para a mãe criaram-se frases como a de Abraham Lincoln “a mão que embala o berço rege o mundo”.  
Já para o pai, nem tudo é tão romântico. Em muitos lares, a disciplina é responsabilidade só sua. Chega em casa, à noite, e lá vem a mulher: - Você precisa dar um jeito nesse menino! Aí o garoto já pensa: - Pronto, meu pai chegou e chegou a hora de apanhar. Tô lascado!

Na sociedade oriental, o pai é visto como o provedor, ponto de referência para todos os mais jovens, não apenas seus filhos. É visto também como padrão.

O que é um pai?

Ao olharmos para a Bíblia não encontraremos nela o conceito de pai como um chefe de família. Porém a Bíblia apresenta Deus como Pai.
Nos tempos do Antigo Testamento Ele é o Pai de Israel, já nos tempos do Novo Testamento Deus é o Pai de todos os que creem.

Deus é o pai de Israel porque a nação existiu a partir dele, Ele a gerou.  Ele a mantém, Ele é quem cuida deles. Deus tem autoridade e domínio sobre o seu povo, mas também tem responsabilidade com eles.

Eis aí qualidades de um pai e nós podemos nos servir delas. Porém a subsistência não é tão simples, é mais complicada. É mais difícil manter os filhos hoje, porque a manutenção é física, emocional, psicológica e espiritual.

Não é só "colocar comida dentro de casa" nem batalhar para que os filhos "tenham do bom e do melhor".

Não adianta gastar a vida no escritório, na empresa, no negócio se não gastar tempo preparando os herdeiros do negócio!

Vivemos problemas como o desgaste de autoridade. Fala-se muito em direitos e pouco em deveres. Normas de conduta ou comportamento têm sido ditadas pelas novelas, por exemplo, ao invés de no lar.

Fato é que isso tem produzido filhos austeros com os pais, que têm que ouvir, acatar e ainda sustenta-los em seus caprichos.

Até aqui, é possível definir pai o originador, o sustentador, o orientador, aquele que dá rumo.

O pai cristão tem um referencial, Deus. Isto pode ser um alento. Porque, se Deus é Pai, pode nos ajudar a sermos pais. Mas é terrível porque o modelo é muito elevado.

De modo muito resumido, vamos olhar dois exemplos de pais, para refletirmos. Um deles, é positivo, pode ser seguido.

Um é Davi. Deus o chamou de “o homem segundo o meu coração”. O maior rei de Israel, grande guerreiro, líder e administrador, poeta sensível.
Mas Davi não foi um bom pai. Sua família foi uma bagunça. Há um caso de incesto e um de fratricídio, quando um irmão matou outro. Dois de seus filhos, Adonias e Absalão, tentaram depô-lo do trono.
Davi falhou como pai! Vemos a razão na forma de criar filhos: “E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? (1Rs 1.6). Ele não corrigiu o filho. Mimou-o.

O pai precisa corrigir, nunca acobertar os filhos, tratar sempre com verdade, não fechar os olhos para seus erros. O pai deve orientar e fixar padrões de vida.

Ser espiritual não é garantia de que se é um bom pai. É preciso olhar na Bíblia as recomendações para um pai. A Bíblia diz em Provérbios: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). É preciso dar educação. Isto é mais do que colocar na escola. É educar para a vida, para os relacionamentos. Diz ainda Provérbios 29.17: “Corrige o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma”

O segundo exemplo, que é digno de ser seguido, é o de Jacó. Bom marido e bom pai. No momento de sua maior crise, o reencontro com o seu irmão Esaú, que podia matá-lo, ele se preocupou com a família. Colocou a família atrás dele e foi na frente, mancando. Se houvesse morte, seria a dele, não a de alguém da sua família. Um bom marido protege a esposa. Um bom pai protege os filhos. Dá a vida por eles.

Os relacionamentos hoje estão repletos de egoísmo. Muitos querem que as outras pessoas os amem, que os sirvam e que lhes sejam úteis.

Jacó ensina que um bom marido e um bom pai se preocupa mais com a esposa e com os filhos do que com sua própria vida.  
Há uma cena forte com Jacó, no fim da vida. No leito de morte, ele tem diante de si os filhos e dois netos. Ele os abençoa. Tem uma bênção para cada um.

Seus parentes choraram a sua morte por quarenta dias. E os egípcios, que nada tinham com a história de Jacó, choraram a sua morte por setenta dias! Jacó impressionou os egípcios. Quando o Faraó conheceu a Jacó, ficou impressionado. Jacó causou profundo impacto nas pessoas que o conheceram.

Seria interessante que as pessoas se lembrassem de nós como teólogo, como um bom pastor ou como escritor. Mas será muito melhor ser lembrado como um homem que amou sua família.
Ser um pai que ama os filhos e ser amado dos filhos é algo extraordinário.  Que Deus nos ajude a sermos assim.

Ser pai é uma missão nobre e sublime. Jesus mostrou Deus como sendo Pai. Chamava-o de Pai e ensinou seus seguidores a chamarem-no de Pai. Deus como modelo de pai é um modelo elevado para nós. Que sejamos dignos do nome de Pai. Vivamos à altura deste título, com temor.  Que Deus nos capacite para que cada um de nós seja um pai segundo o coração divino.

A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva
agosto 2016


Referências:
- Bíblia Sagrada Almeida Revista e Corrigida, CPAD 
- Bíblia de Estudo NVI, Ed. Vida 
- Bíblia de Estudo NTLH, SBB 
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD 
- COELHO Filho, Isaltino G. – Um pai que passa valores aos filhos 



sexta-feira, 3 de junho de 2016

Generosidade: uma questão de fidelidade

Certamente, boa parte de nós já acordou, ou foi dormir, com o devaneio de ser "podre de rico"!
E até já dissemos: “Quem dera eu fosse rico. Eu sei o que faria com esse dinheiro”.
Mas pensando bem, não precisamos de bilhões para saber o que faríamos com "tanto dinheiro".

Se não estiver sendo generoso com o pouco que tenho agora, o que me faz pensar que ter mais faria toda a diferença, de uma hora para outra?

Generosidade não diz respeito a quanto você tem, mas o que você faz com o pouco que tem. Não ao que você faria com mais, mas o que você realmente faz com o que possui.
Se não estiver sendo generoso hoje com uma riqueza modesta, não há razão para pensar que seria generoso amanhã com uma riqueza abundante!

Já temos dinheiro suficiente – o bastante para fazer o que Deus planeja que façamos, o bastante para provar nossa lealdade a Ele e nossa deslealdade ao dinheiro.

Nós já temos o suficiente para fazer a diferença na vida de gente carente e em causas pelas quais vale a pena lutar.
Já temos o bastante para ser como o generoso ou como o mesquinho que seríamos com bilhões.

Em vez de gastar seus dias sonhando com o que seria se tivesse mais, vamos gastá-los trabalhando duro para ganhar a vida, e repartir com alegre generosidade (ver Ef 4.28; 1Ts 4.11).

Quando chegar o dia em que Deus pedir uma prestação de contas por tudo o que ele nos confiou, suspeito que ficarei contente por ele não ter me confiado ainda mais.
Suspeito que concordarei com sua sabedoria em me dar apenas dois talentos ou um até (Mt 25).

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Uma adaptação do artigo "Quem dera se eu fosse rico", I Wish I Was Rich, Tim Challies

quinta-feira, 10 de março de 2016

A Graça de Reaver o Que Se Perdeu


Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. (Lucas 19:10)


A narração de Lucas, no capítulo 19, fala de alguém que, em algum momento da caminhada, se perdeu. Mas da mesma forma, em algum momento, aconteceu uma transformação que agora no seu interior provocou “sede de justiça”, de fazer o que é certo. Este é um dos sinais do Reino de Deus implantado na pessoa.

Zaqueu agora, reparte e, se houver dano há alguém, repõe 400%. Quatro vezes mais!

A passagem mostra Jesus sendo o motivador, o catalisador, do processo de recuperação de uma vida.

Todos nós perdemos alguma coisa de vez em quando. Algumas delas têm muito valor. Por vezes, não sabemos onde as deixamos nem onde procura-las. E elas nos fazem muita falta. Bem que gostaríamos de reavê-las.

Há exemplos dramáticos de perdas significativas na história bíblica. Por exemplo, a derrota do poderoso rei da Babilônia. De uma hora para outra ele zerou. Seu esplendor, sua majestade e sua soberba foram derrubados e lançados na cova, no além, no abismo mais profundo. Todos os que estavam no mundo dos mortos disseram-lhe:

“Todos eles dirão ao rei: “Você também perdeu as forças! Agora você é igual a nós!” (Is 14.10, NTLH).
Agora você não é nada, como nós! Sinta-se em casa conosco, os mortos!” (Is 14.10, AM).

1. O Que Perdemos?

Se pararmos um pouco para fazer uma relação de valores ou coisas perdidas em diferentes áreas das nossas vidas ao longo dos últimos anos, chega a nos surpreender.

Na área física, alguns de nós perdemos a saúde, o vigor, a disposição, a audição, a visão, a memória, algum órgão do corpo ou parte dele.

Na área emocional, alguns de nós perdemos a vontade e a alegria de viver, a autoestima, a sensação de segurança, a paz interior, o entusiasmo pela vida.

Na área comportamental, alguns de nós perdemos a inocência, o escrúpulo, o juízo, o caráter, a vergonha, a pureza, o bom nome.

Na área profissional, alguns perderam a promoção, as oportunidades, os ganhos, a capacidade de trabalhar, os prêmios e, até mesmo, o emprego.

Na área transcendental, ou espiritual, e isto é bem mais sério, alguns de nós perdemos o hábito de ler a Bíblia, de orar, o costume de participar do culto, a sensibilidade, o caminho da fé, o discernimento espiritual, a comunhão com Deus, as certezas, as convicções, a esperança da ressurreição, o temor do Senhor, a vontade de andar no Espírito e não na carne, o ardor missionário, o prazer de contribuir, a comunhão congregacional.

2. Recuperando o Que Perdemos

De fato, há coisas irremediavelmente perdidas e há coisas que podem ser achadas, recuperadas. Destas, algumas podem ser recuperadas logo, sem perda de tempo. Outras podem ser recuperadas mas a um longo, longo prazo.

Mas há aquelas coisas que, pela soberania de Deus e por sua maravilhosa graça, podem ser surpreendentemente reavidas, sem deixar de lado, é claro, o querer e a persistência daqueles que buscam.

Jesus nos ensina a valorizar e a buscar até achar as coisas perdidas. E ele faz isso por meio de três parábolas: a da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido. Elas estão em Lucas 15.4-ss.

Na primeira, um pastor tem cem ovelhas e uma delas se perde (1%).

Na segunda, uma mulher tem dez moedas e uma se perde (10%).

Na última, um pai tem dois filhos e um se perde (50%).

Duas das três coisas perdidas são encontradas depois de uma incansável busca, a ovelha e a moeda. A terceira é encontrada depois de uma grande espera. 

O pai não foi atrás do filho porque ele não era coisa nem animal, mas gente, que precisa voltar por vontade própria.

Em cada caso, há uma festa de arromba, isto é, um culto de ação de graças, porque os três que estavam perdidos foram achados.

É o que faz o homem ao encontrar a ovelha:

E quando a encontra, coloca-a alegremente sobre os ombros
e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida’.
(Lucas 15:5,6)


A mulher ao encontrar a moeda:
E quando a encontra, reúne suas amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha moeda perdida’.
(Lucas 15:9)


E o pai, que nem deixa o filho terminar o discurso ensaiado diz:
Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar.
(Lucas 15:23)


Cabe lembrarmos a orientação dada por Jesus sobre o buscar o que se perde. No Sermão do Monte, ele declara: “Procurem e vocês acharão(Mt 7.7). Pode muito bem referir-se à “coisa perdida”.

Esta recomendação está no meio de duas outras: “Peçam e vocês receberão” e também “Batam e a porta será aberta” (Mt 7.7).

Conclusão

É possível recuperar o que se perdeu, ser restaurado.

Peça, busque e bata à porta, "como se tudo dependesse de Deus". E saia em busca da coisa perdida “como se tudo dependesse de você”.

Numa adaptação das palavras do pastor metodista, William Edwin Sangster, lá por 1959:
“Geralmente, nós nos pegamos pedindo coisas que só podem vir através do trabalho, e trabalhamos por coisas que só virão por meio da oração.”

E agora, uma idéia que venho amadurecendo ao longo tempo:
“Você nunca saberá que Deus é tudo o que você precisa até que Ele seja tudo o que você tem.”

Que Deus nos ajude a fazer, como se fosse nossa, a oração do Salmo 16:
Protege-me, ó Deus, pois em ti me refugio.
Ao Senhor declaro: "Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti".
(Salmos 16:1,2)

A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva
Março 2016

Referências:
·         Bíblia Sagrada Almeida Revista e Corrigida, CPAD
·         Bíblia de Estudo NVI, Ed. Vida
·         Bíblia de Estudo NTLH, SBB
·         Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD
·         Revista Ultimato, 359

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Este ano vai ser bom

Se tiver que desejar algo para o novo ano, que seja aspirar um relacionamento mais profundo com o Senhor.
O desejo sincero de experimentar o seu auxílio, sua companhia confortadora em meio às tempestades e respostas às orações, mesmo às mais singelas.
Que as palavras que repetimos, muitas vezes de forma mecânica, possam fazer todo o sentido: "O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará." (Sl 23.1).

O grande e único Deus é o meu pastor!
Não há nada nem ninguem maior do que Deus, e é dele que precisamos para o novo ano.
É nele que precisamos depositar nossa confiança.
O rei Davi, autor do salmo, cuidou das ovelhas de sua família antes de ser ungido rei sobre Israel.
Portando, sabia exatamente o que isto exigia: atenção, proteção, provisão.
É o pastor que providencia verdes pastagens, protege contra os lobos, trata, e cura.
De maneira análoga, Deus, o nosso pastor, supre nossas necessidades, trata-nos, cura-nos, orienta-nos.
Primeiro dia do ano é uma boa oportunidade para almejar experimentar Deus de fato e não apenas pelo que dele se diz, através da experiência dos outros, nem como algo bom que fica apenas na receita.
Se ainda não o fez, é uma excelente oportunidade para conhecer a Cristo, o bom pastor, que deu sua vida pelas suas ovelhas.
Ele, Jesus, é mais do que superstição, é mais do que uma cor a ser usada na passagem de ano, mais do que pular ondas na praia.
É uma pessoa histórica, que viveu no tempo e no espaço, que dividiu a história, que mudou o mundo, é o Deus que veio habitar conosco e tem poder para salvar a todo o que vem a ele.
Talvez, seja a hora apropriada de deixar de lado ilusões, prazeres passageiros, falsos deuses e tudo o que retarda a atenção e entrega ao Deus verdadeiro.
Sua busca termina em Jesus, termina em Deus.
Entregue a vida a ele, siga seus ensinos e experimente a vida diferente quando ele está no comando, quando você ouve a sua voz, a despeito de qualquer outra por melhor ou mais interessante que seja.
Esse ano tem tudo para ser muito bom, depende só de querermos.

A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva