quinta-feira, 25 de julho de 2013

Servir: o maior presente

Jesus capturou de maneira prática a natureza paradoxal da vida em sua frase mais repetida nos evangelhos: “Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará”.

Essa afirmação vai contra a busca da “realização pessoal” segundo a psicologia, realização tão difundida e alardeada no nosso tempo.

O cristianismo apresenta a percepção superior de que a verdadeira realização acontece não por meio da satisfação do ego, mas por meio do serviço prestado aos outros.

Quando penso nas grandes igrejas que visitei, o que me vem à mente não é a imagem de uma grande catedral, ou de réplicas de templos famosos. Em vez disso penso na igrejinha de tábua onde os cristãos se reuniam nos finais de semana à tarde por causa da distância, e não dava vontade de ir embora tal era a comunhão e interesse de uns pelos outros; penso nos cultos que se realizavam no presídio municipal onde se podia ver gente sedenta da palavra de Deus e disposta a mudar de vida.

Nos dias frios como o de hoje, lembro-me da alegria dos que recebiam um prato de sopa nas noites de São Paulo, em baixo dos viadutos ou espremidos sob marquises de prédios.

Se eu passar a vida procurando a felicidade nas drogas, no conforto e no luxo, ela se esquivará de mim. “A felicidade foge de quem a persegue”.

A felicidade virá ao meu encontro de modo inesperado, como um derivado incidental, uma gratificação surpreendente por algo no qual investi a mim mesmo. E, esse investimento pode incluir a dor, o sacrifício e doação.

“Perder a vida” por amor a Cristo é parar de procurar “servir a Deus” achando que isso significa somente ir à igreja, participar dos cultos, ouvir sermões e alimentar-se espiritualmente.

“... quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” Nos consumimos em servir e agradar a Deus, com “cultos vazios”. Ele está o tempo todo ao nosso lado, ao nosso alcance: no nosso próximo.


A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva - inverno 2013

Referências bíblicas:   Mateus 16:25, Mateus 25:40

segunda-feira, 22 de julho de 2013

As portas do inferno

Elton Trueblood observa que a imagem de Jesus para descrever o destino da igreja – “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – é uma metáfora de ataque, não de defesa.
“As portas do Hades não poderão vencê-la”, lendo em outra tradução.
Imediatamente, vem à mente a imagem de filmes quando cidades fortificadas são atacadas e a porta socada com um tronco.
Os cristãos estão atacando violentamente essas portas, e elas não prevalecerão. Independentemente de como o caso se apresente, em determinado ponto da história, as portas que protegem os poderes do mal não resistirão ao ataque da graça.

Foi assim na África do Sul finalizando o apartheid, regime de segregação racial.
Assim também foi grande a contribuição da oração na Alemanha, onde se experimentou a ação da graça de Deus e o muro de Berlim veio abaixo sem que um só tiro fosse disparado. Nas ruas de Leipzig, uma enorme faixa foi apresentada: Wir danken Dir, Kirche (Igreja, nós lhe agradecemos).

Procissões à luz de velas e mobilizações acompanhadas por cânticos e orações não apareciam, nem aparecem bem nos noticiários, mas ajudam a mudar o mundo.

Ao coração já desesperançado e sem forças, há um alento.
As portas do inferno do desemprego não prevalecerão!
As portas do inferno da visão estreira que priva os teus parentes de participarem da glória de Deus e aceitar a Cristo, não prevalecerão.
As portas do inferno da falta de motivação, do desânimo, da depressão, das finanças descontroladas e da doença não prevalecerão!

Ação, coragem e perseverança. Deus já capacitou cada cristão, que como soldado em guerra contra todas estas coisas não pode ficar prostrado, precisa avançar.

Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto, sua sabedoria é insondável.
Ele fortalece ao cansado e dá grande vigor ao que está sem forças.
Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem;
mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam.
Isaías 40:28-31


A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva - inverno 2013