sábado, 27 de agosto de 2016

Deus vai onde Ele é desejado

Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. (Salmos 63:1).

Quando surgem dificuldades, podemos nos pegar orando assim: “Senhor, afasta de nós esta provação!”. 
Nota-se que os cristãos de países ricos oram assim, gente abastada, que de nada tem falta, ora assim.

Cristãos perseguidos, no entanto, gente que enfrenta dificuldades e intempéries diariamente, alguns dos quais vivem em países muito pobres, oram assim: “Senhor, dá-nos força para suportar estas provações”.

E assim o mundo vai sendo alcançado pela misericórdia de Deus e graças ao trabalho e à luta de muitos que doam a própria vida. São intercessores, homens, mulheres e crianças espalhados pelas casas, pelas empresas e em cultos de oração nas igrejas.

Gente que, incansavelmente, reúne-se para orar, indiferente destes cultos não serem os mais desejados, nem agradáveis e, por isso, pouquíssimo frequentados.

Li uma estatística de que os cristãos de países desenvolvidos do Ocidente representam agora apenas 37% dos crentes no mundo inteiro. Tem-se observado um estranho fenômeno histórico de Deus “se deslocando” geograficamente de um ponto para outro: do Oriente Médio (Igreja Primitiva) para a Europa, depois para a América do Norte, e por fim, para o mundo em desenvolvimento.

A história da Igreja em nosso país registra isso. Lembro-me dos cultos alegres, cheios de vida, quando nem tínhamos conjuntos musicais. Nossos instrumentos eram a voz e as mãos. Mas havia um profundo desejo de conhecer mais a Deus, de ter intimidade com Ele. Ele agora era o nosso tudo!

Hoje, assistimos pela mídia cultos na África, onde canta-se a alegria no Senhor, a vida nova que Ele lhes deu. Cultos que ganham brilho também pela maneira alegre e colorida de vestir-se.

Deus vai onde Ele é desejado.


A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva
Agosto 2016




Compilação de Deus espalhado pelo mundo – Descobrindo Deus nos lugares mais inesperados – Philip Yancey

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O que é um pai?

Ser pai, começa como um problema. Porque não se aprende em livros e nem vendo os outros fazerem. Aprende-se a ser pai exercendo a paternidade, sendo pai.

O pai está em desvantagem na sociedade ocidental. A figura materna é vista com mais ternura, mais cheia de romantismo. Para a mãe criaram-se frases como a de Abraham Lincoln “a mão que embala o berço rege o mundo”.  
Já para o pai, nem tudo é tão romântico. Em muitos lares, a disciplina é responsabilidade só sua. Chega em casa, à noite, e lá vem a mulher: - Você precisa dar um jeito nesse menino! Aí o garoto já pensa: - Pronto, meu pai chegou e chegou a hora de apanhar. Tô lascado!

Na sociedade oriental, o pai é visto como o provedor, ponto de referência para todos os mais jovens, não apenas seus filhos. É visto também como padrão.

O que é um pai?

Ao olharmos para a Bíblia não encontraremos nela o conceito de pai como um chefe de família. Porém a Bíblia apresenta Deus como Pai.
Nos tempos do Antigo Testamento Ele é o Pai de Israel, já nos tempos do Novo Testamento Deus é o Pai de todos os que creem.

Deus é o pai de Israel porque a nação existiu a partir dele, Ele a gerou.  Ele a mantém, Ele é quem cuida deles. Deus tem autoridade e domínio sobre o seu povo, mas também tem responsabilidade com eles.

Eis aí qualidades de um pai e nós podemos nos servir delas. Porém a subsistência não é tão simples, é mais complicada. É mais difícil manter os filhos hoje, porque a manutenção é física, emocional, psicológica e espiritual.

Não é só "colocar comida dentro de casa" nem batalhar para que os filhos "tenham do bom e do melhor".

Não adianta gastar a vida no escritório, na empresa, no negócio se não gastar tempo preparando os herdeiros do negócio!

Vivemos problemas como o desgaste de autoridade. Fala-se muito em direitos e pouco em deveres. Normas de conduta ou comportamento têm sido ditadas pelas novelas, por exemplo, ao invés de no lar.

Fato é que isso tem produzido filhos austeros com os pais, que têm que ouvir, acatar e ainda sustenta-los em seus caprichos.

Até aqui, é possível definir pai o originador, o sustentador, o orientador, aquele que dá rumo.

O pai cristão tem um referencial, Deus. Isto pode ser um alento. Porque, se Deus é Pai, pode nos ajudar a sermos pais. Mas é terrível porque o modelo é muito elevado.

De modo muito resumido, vamos olhar dois exemplos de pais, para refletirmos. Um deles, é positivo, pode ser seguido.

Um é Davi. Deus o chamou de “o homem segundo o meu coração”. O maior rei de Israel, grande guerreiro, líder e administrador, poeta sensível.
Mas Davi não foi um bom pai. Sua família foi uma bagunça. Há um caso de incesto e um de fratricídio, quando um irmão matou outro. Dois de seus filhos, Adonias e Absalão, tentaram depô-lo do trono.
Davi falhou como pai! Vemos a razão na forma de criar filhos: “E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? (1Rs 1.6). Ele não corrigiu o filho. Mimou-o.

O pai precisa corrigir, nunca acobertar os filhos, tratar sempre com verdade, não fechar os olhos para seus erros. O pai deve orientar e fixar padrões de vida.

Ser espiritual não é garantia de que se é um bom pai. É preciso olhar na Bíblia as recomendações para um pai. A Bíblia diz em Provérbios: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). É preciso dar educação. Isto é mais do que colocar na escola. É educar para a vida, para os relacionamentos. Diz ainda Provérbios 29.17: “Corrige o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma”

O segundo exemplo, que é digno de ser seguido, é o de Jacó. Bom marido e bom pai. No momento de sua maior crise, o reencontro com o seu irmão Esaú, que podia matá-lo, ele se preocupou com a família. Colocou a família atrás dele e foi na frente, mancando. Se houvesse morte, seria a dele, não a de alguém da sua família. Um bom marido protege a esposa. Um bom pai protege os filhos. Dá a vida por eles.

Os relacionamentos hoje estão repletos de egoísmo. Muitos querem que as outras pessoas os amem, que os sirvam e que lhes sejam úteis.

Jacó ensina que um bom marido e um bom pai se preocupa mais com a esposa e com os filhos do que com sua própria vida.  
Há uma cena forte com Jacó, no fim da vida. No leito de morte, ele tem diante de si os filhos e dois netos. Ele os abençoa. Tem uma bênção para cada um.

Seus parentes choraram a sua morte por quarenta dias. E os egípcios, que nada tinham com a história de Jacó, choraram a sua morte por setenta dias! Jacó impressionou os egípcios. Quando o Faraó conheceu a Jacó, ficou impressionado. Jacó causou profundo impacto nas pessoas que o conheceram.

Seria interessante que as pessoas se lembrassem de nós como teólogo, como um bom pastor ou como escritor. Mas será muito melhor ser lembrado como um homem que amou sua família.
Ser um pai que ama os filhos e ser amado dos filhos é algo extraordinário.  Que Deus nos ajude a sermos assim.

Ser pai é uma missão nobre e sublime. Jesus mostrou Deus como sendo Pai. Chamava-o de Pai e ensinou seus seguidores a chamarem-no de Pai. Deus como modelo de pai é um modelo elevado para nós. Que sejamos dignos do nome de Pai. Vivamos à altura deste título, com temor.  Que Deus nos capacite para que cada um de nós seja um pai segundo o coração divino.

A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva
agosto 2016


Referências:
- Bíblia Sagrada Almeida Revista e Corrigida, CPAD 
- Bíblia de Estudo NVI, Ed. Vida 
- Bíblia de Estudo NTLH, SBB 
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD 
- COELHO Filho, Isaltino G. – Um pai que passa valores aos filhos