quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quando Deus se cala

'Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.'


Você já passou ou está passando por fases em que você mesmo diz: - é o fundo do poço! -?
Quantas vezes já repetimos para nós mesmos: - outra dessas e é o fim!
Já notou que às vezes parece que Deus se cala, silencia?
Onde está Deus que não nos ouve?
O profeta Daniel também passou por isso. O pedido acima é dele.
Em meio à desolação, servidão e tristeza ele pede para que Deus se incline ao seu pedido.
Já imaginou que Deus se inclina ao clamor desesperado?
Sim, veja: não estamos pedindo para atender nossos caprichos - por isso o clamor, isso é até mais do que um pedido - estamos no fundo do poço!
Quando Daniel pede fundamenta a súplica com o seguinte:
- não é para qualquer povo o pedido - é para o povo que leva o nome de Deus! Deus não é injusto com ninguém, porque seria com os seus?;
- pede humildemente - não se baseou em suas justiças, em sua maneira de fazer as coisas em seu querer, nem em seu merecimento;
- pede baseado na infinita misericórdia de Deus - quando intercedemos baseado na misericórdia de Deus é quase uma barganha! Juntada às demais peças do arrazoamento, é só esperar pela sua boa, perfeita e agradável vontade!
A um pedido assim como poderia negar-se em atender o pai celestial, o Deus amoroso e bom?
Se você está passando por crises de qualquer natureza, tem gente amada em um leito de hospital agora, suas finanças estão de ponta cabeça, existe sim uma solução.
Creia que Deus pode te restaurar, que ele vai inclinar-se ao teu clamor, vai parar tudo para ouvir o teu choro inconsolável!
Às vezes parece que Deus se cala. É verdade, mas acredite, é para te ouvir. O relacionamento com ele não é um monólogo onde só um fala, você também pode e deve participar.
Respostas? Elas virão, tenha calma, confie, seja corajoso, evite atalhos.
Quando nós enfrentamos crises e dificuldades, porque reagimos com tanta ansiedade?
Que é a fé, afinal de contas, se não for crer de antemão naquilo que somente fará sentido lá na frente? (de um ponto de vista retrospectivo).


A Deus toda a Glória!

Carlos R. Silva
outono 2013
uma releitura do texto biblico: Daniel 9:18

Quando o evangelho chega

Ah! Quando o evangelho chega!
É inevitável a transformação.
Desencadeia-se um misto de alegria, sede de justiça, vontade de fazer as coisas certas, consertar o mundo!
Quando ele chega em Zaqueu, ele ouve de Jesus (que não fazia distinção entre pessoas boas e ruins) o apelo para que se apressasse para hospedá-lo.
E, sem ouvir nenhum sermão teológico, Zaqueu abre o coração:
- Senhor dou metade dos meus bens aos pobres e, se percebo que prejudiquei alguém devolvo quatro vezes mais!
É assim, quando chega o evangelho.
É assim quando entra a salvação em nossa casa. Ora, e em se sabendo que nosso corpo é a morada de Deus aqui na terra, então é assim quando entra o evangelho no nosso coração.
O evangelho não é uma fuga da realidade, ele transforma de fato a nossa realidade, nos encontra e nos levanta, pois é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê nele.
Quando o evangelho chega, as máscaras caem, a culpa é chamada pelo nome, as feridas da alma são saradas.
Só o evangelho pode ir e investigar no mais íntimo do ser (onde só nós sabemos que precisamos de cura), pois só ele penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apto para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Então, não se corre mais de Deus, mas para os braços dele e isso é algo que religião nenhuma pode fazer, só o Evangelho, e o Evangelho é Jesus. 
Nas palavras dele, Jesus, - Eu sou o caminho, e a verdade e a vida - ou seja no evangelho encontra-se direção, justiça e vida.

Deus se importa com o sofrimento?

O fato de Jesus ter vindo a este mundo onde sofreu e morreu não afasta a dor de nossa vida. Mas, mostra que Deus não ficou sentado, vendo-nos sofrer sozinhos.
Ele se tornou um de nós.
Assim, em Jesus, Deus nos permite observar pessoalmente e bem de perto a reação divina ao sofrimento humano.
Todas as nossas perguntas acerca de Deus e do sofrimento deveriam, de fato, ser filtradas por meio do que conhecemos sobre Jesus.
Como reagiu à dor o Deus-na-terra? Quando encontrava com alguém que sofria, ele era tomado de profunda compaixão. Nunca jamais reagiu indiferente ou com um "Ature sua fome!", "Sufoque sua dor!" ou "Engula o choro!". Em muitas ocasiões, sempre que solicitado diretamente, ele curava a dor.
Às vezes, para isso, ele violava costumes, como quando foi tocado por uma mulher com uma hemorragia, ou quando tocava marginalizados, ignorando os gritos de "Impuro!".
Para um povo que lavava as mãos quatro, até seis vezes antes de uma refeição, fazer barro com saliva e passar nos olhos de um cego era "escândalo".
Por estes e outros exemplos, deveríamos estar convencidos de que Deus não gosta de nos ver sofrer. Todos os dias, os discípulos e todos os que a ele se achegavam tinham provas visíveis da preocupação divina - simplesmente olhavam para Jesus e a forma como ele agia.
E, quando o próprio Jesus enfrentou o sofrimento, reagiu praticamente como faria qualquer um de nós. Diante dele, recuou, perguntando por três vezes se não havia outra saída. Não havia, e então Jesus provou, talvez pela primeira vez, aquele sentimento extremamente humano do abandono.
Nos relatos do evangelho sobre a última noite de Jesus na terra, percebemos uma luta violenta com o medo, o desamparo e a esperança - as mesmas fronteiras que todos nós enfrentamos em nossos sofrimentos.
O registro da vida de Jesus neste mundo deveria responder de modo definitivo à pergunta: Como se sente Deus diante de nosso sofrimento?
Em resposta, Deus não apresentou palavras ou teorias sobre o problema da dor. Apresentou-se a si mesmo - Jesus!
Um sistema filosófico pode explicar coisas difíceis, mas não tem nenhum poder de mudá-las.
O evangelho, a história da vida de Jesus, promete e faz mudanças.

A Deus toda a Glória!

Carlos R. Silva
outono de 2013
adaptação de 'Jesus e a Dor' - Philip Yancey

sábado, 20 de abril de 2013

Crentes Eletrônicos

Cresce assustadoramente o movimento dos crentes da televisão.
Em se falando de TV e Igreja, para o cristão comum, programas religiosos da televisão apresentam e difundem um entusiasmo acerca da fé pessoal que muitas vezes falta na igreja local.
O perigo aparece quando os telespectadores confundem o entusiasmo da televisão cristã com a mensagem e obra da igreja real (encarnada). Comparada ao brilho da televisão, a igreja local média é embaçada. Seus cultos são chatos, a mensagem parece complexa e confusa. Talvez o mais perigoso é que a televisão provoca uma dependência de experiências representativas. Afinal tudo é calculado milimetricamente: a luz, o som, o tempo de exposição das imagens, tudo.
A igreja da televisão não é vivida numa sala com crianças chorando, adolescentes irrequietos e pessoas sonolentas. Ela acontece num ambiente lindo, muito mais seguro: como uma linda sala de visitas.
Quando se acompanha a igreja da televisão, ninguém lhe pede para participar de cultos domésticos e encontros de oração. Ninguém lhe pede para manter a atenção de uma turma juvenil irrequieta e ávida por novidades. Ninguém lhe pede para preparar refeições para idosos nem para distribuir sopa a moradores de rua.
A única resposta solicitada é a de um cheque mensal de gratidão!
Existe uma forma melhor e mais prática de atingir o mundo em prol de Deus?
Um membro da igreja eletrônica pode facilmente concluir que a resposta é sua contribuição em dinheiro vivo para qualquer megaprojeto, sem jamais questionar se o seu envolvimento pessoal vale mais do que isso.
Afinal, o que diferença fará o serviço solitário de alguém, talvez se pergunte, quando apequenado pelas maravilhas do evangelho eletrônico?
A Bíblia apresenta um quadro realista para a vida cristã, incluindo longas, aborrecidas marchas pelo deserto, humilhantes fracassos, dor e luta.
Essas coisas não ficam bem na televisão - a menos que sejam narradas como um rápido prelúdio resumido da conclusão vitoriosa.
O quadro resultante da igreja cristã como uma alegria sem fim e um sucesso constante pode ser de fato contraproducente, pode atrapalhar.
O telespectador, cuja experiência é diferente, pode começar a sentir-se lamentavelmente inferior, como se de algum modo estivesse perdendo alguma coisa da mágica da fé.
Em essência, a igreja eletrônica é a boca do corpo, mas sem as outras partes.

A Deus toda a glória!
Carlos R. Silva
outono 2013


adaptação de artigo de Philip Yancey em

Sinais da Graça

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Por que eu nunca me converteria?

Ricardo Gondim Rodrigues

“Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus”.
I Pe 2:20

Alguns de nós se fôssemos a certas e determinadas igrejas, jamais nos converteríamos ao Cristianismo, porque em algumas igrejas – seja ela evangélica ou católica – há um desprezo ao pensar e alguns de nós sentimos a necessidade de saber o porquê das coisas e rejeitamos a idéia de que alguma coisa seja empurrada “goela abaixo” sem que tenhamos a oportunidade de argumentar. Muitos de nós não nos converteríamos jamais em uma igreja que diz: “Creia porque estou lhe dizendo, não queira saber de nada, somente aceite”. Um lugar onde se exige uma obediência cega, onde você não pode questionar, onde o senso crítico e o bom senso são calados. Se você foi a uma dessas igrejas e não se converteu, parabéns, eu também não me converteria, você tem toda razão de reagir como reagiu.

Uma igreja que possui um debate muito pequeno, voltado para questiúnculas, ênfases sem valor, questões medíocres, se mulher deve usar cabelo comprido ou curto, se pode esmalte vermelho ou azul ou de cor nenhuma, a questão é que o mundo não está e não ficará pendente por causa disso, muito menos Jesus morreu na Cruz e os mártires da igreja adubaram o solo de Roma com sangue para que nos dias de hoje tenhamos em pauta questões como essas. Muitos de nós também não nos converteríamos por não tolerar ambientes piegas, de frases prontas, onde se diz, por exemplo: “Se você está feliz, diga Amém.

- Todos a uma só voz: Amém.

- Não ouvi direito, diga novamente.

- Todos, agora mais alto e pausado: Amém.

- Agora sim vocês estão felizes”.

Ora, se você está feliz, você está feliz, mas se está triste, está triste, não existe erro nenhum em estar triste, não deve haver manipulação, “forçaçao de barra”.

Ou então ambientes que são muito simplistas, o sujeito tem um problema e tenta-se resolver o problema dele com uma resposta simplista, com um jargão que se aprende, do tipo: “Está amarrado em nome de Jesus!”.

Embora o Evangelho em si seja simples, não é simplista.

Depois de tudo isso, acredito que você tem uma pergunta, e a sua pergunta é: “Então porque “cargas d’água” você se converteu?”

A resposta para a sua pergunta encontra-se no versículo bíblico introdutório (I Pe 2:20)

Existe sim uma linha divisória entre Cristianismo e prática religiosa, seja ela qual for.

Em primeiro lugar, eu me converti porque a mensagem do Evangelho que me apresentaram era racional e lógica o suficiente para satisfazer o meu intelecto, mas também era poderosa o suficiente para impactar de tal forma a minha vida. Uma mensagem que me deu a resposta a algumas perguntas que todos os seres humanos fazem, independente da nacionalidade e do grau de cultura, perguntas do tipo: “Quem é Deus? De onde veio a maldade? O que é a vida? Para onde vou, porque estou aqui?”

São perguntas que carregamos conosco e estamos buscando respostas para elas. Eu me converti ao Evangelho de Jesus Cristo porque ninguém tem melhores respostas a essas perguntas do que esta mensagem.

Quem sou eu?

Charles Darwin tentou explicar através da teoria da evolução, que dizia que somos descendentes dos macacos, para a filosofia naturalista e cientista, é apenas um acidente cósmico, para o sistema oriental hindu e budista somos meras partículas de um deus etéreo, uma concepção panteísta, para o sistema espírita kardecista somos espíritos aprisionados em corpos cumprindo a nossa lei do karma, mas para os cristãos a resposta é contundente, bonita e nobre, somos a imagem de um Deus que com amor, meticulosamente nos projetou no seu próprio coração.

Porque existe a maldade?

Não há resposta mais contundente e racional do que a do Cristianismo. Por que existem tantos estupros? Por que existe tanto tráfico de drogas? Por que as clínicas psiquiátricas estão abarrotadas de pessoas devastadas pela malignidade da civilização?

No conceito oriental o mal e o bem se fundem numa só coisa, no conceito espírita o mal é uma questão de aperfeiçoamento, no conceito cristão o mal e mais do que tudo isso, é uma decorrência de estarmos distantes de um Deus pessoal,fonte de todo o tipo de bondade e benignidade, a bondade existe no universo não como fonte de um acidente, mas como fonte de um Deus que é eternamente bom e justo, e a nossa bondade vem à medida que estamos “plugados” nesse Deus, mas quando estamos desligados dele , somos passiveis de malignidade , e o resultado desse desligamento gera em nós a capacidade de nos tornarmos “monstros” de iniqüidades e essa monstruosidade vem da nossa independência de Deus.

E por último, ninguém conseguiu falar de Redenção de uma forma tão coerente, tão justa e tão intelectualmente lúcida do que essa Mensagem. “Porque Deus amou o ser humano de tal forma que deu ao sacrifício seu único Filho, Jesus Cristo, para que todo aquele que Nele – Jesus Cristo – crer e reconhecer o seu sacrifício na Cruz do Calvário seja Redimido e tenha a Vida Eterna”.

(João 3:16). Que Deus nos ajude.

Soli Deo Gloria.