segunda-feira, 16 de março de 2020

Coronavírus: à espera de um milagre

Nesses dias de ansiedade, medo e desconfiança, é bom lembrar quem somos e quem é o nosso Deus.
A comparação pode incomodar, mas é fácil perceber o desprezo e até o cinismo de Faraó ao lidar com as “dez pragas” que também poderiam ser chamadas de os “dez milagres”. É repetitivo a sua consternação a cada peste ou epidemia e a imediata mudança de atitude ao receber uma notícia de alívio:
"Mas quando o faraó percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o Senhor tinha dito." (Êx 8.15).
Para que, então, serve um milagre? E se não foi Deus quem fez o milagre? Isso importa?
"Mas os magos do Egito fizeram a mesma coisa por meio de suas ciências ocultas. O coração do faraó se endureceu, e ele não deu ouvidos a Moisés e a Arão, como o Senhor tinha dito." (Êx 7.22).
Enfim, a saída dos israelitas do Egito ainda obrigou Deus a um décimo-primeiro milagre: a abertura do Mar Vermelho. E esse era apenas o início de mais ansiedade, desobediência e incredulidade na caminhada do povo de Deus.
Em 1948, C.S. Lewis tentava responder a uma pergunta que também temos feito: “Como, então, devemos viver?”. E ele mesmo responde: “[...] Como você já vive em uma era de câncer, de sífilis, de paralisia, uma era de ataques aéreos, de acidentes ferroviários, acidentes automobilísticos [...]. Quando a bomba chegar, que ela nos encontre orando, trabalhando, ensinando, lendo, ouvindo música [...]. Ela pode quebrar os nossos corpos mas não precisa dominar nossas mentes”.
E, no embate entre Moisés e Faraó, em meio ao burburinho e à murmuração do povo – que assistia a tudo sem saber o futuro –, uma voz responde insistentemente àquelas e às nossas perguntas: “Para que você saiba que em toda a terra não há ninguém como eu” (Êx 9.14).

REFERÊNCIAS

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