quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Olhos para ver

De repente uma correria, um atropelo, barulho, a multidão se aperta e aproxima-se.
- Quem é? Pergunta.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré e que passaria por ali.
A grande chance da sua vida aproximava-se! Com certeza foi isto que o motivou.
O cego de Jericó já ouvira a respeito de Jesus, sobre como curara, sobre suas palavras de restauração, sobre como proclamara o reino que se implantava.
E que passaria por ali onde ele estava, à beira do caminho.
Era assim que vivia agora, à beira do caminho, mendigando, à mercê da vontade dos passantes, à própria sorte.
Sorte que estava prestes a mudar e ele percebeu isso.
Mais do que depressa ele se põe a gritar:
- Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim.
Tentaram calar seu clamor, para que não importunasse o mestre e então:
- Filho de Davi, tem misericórdia de mim. Gritou mais alto ainda, agora com toda a força dos seus pulmões, até atrair a atenção de Jesus que pára e pede que o tragam a ele.
- Que queres que te faça? Perguntou-lhe o mestre.
- Senhor, que eu veja.
- Vê, a tua fé te salvou.
E logo viu e passou a segui-lo glorificando a Deus.


Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
2 Coríntios 4:4

Interessante que um dia nos percebemos como Bartimeu, o cego da narrativa bíblica: pobres de espírito, inúteis e dependentes.
Pobres de espírito tendo que reconhecer nossa total falência espiritual, nada tendo para oferecer a Deus em troca de salvar nossa pele. Dependendo totalmente da sua graça.
Inúteis porque, enquanto cegos, somos incapazes de produzir qualquer coisa no reino espiritual, vivendo de esmolas, favores, tendo que ser guiados.
A um cego naqueles dias não restava muito mais, juntava tudo que possuía, sua capa, e ia para a beira do caminho.
Em resumo: com olhos, mas sem ver.

Contudo uma solução é apresentada, cuja fama conhecemos: ele curou enfermos, restaurou lares, conduziu gente para fora dos vícios (malditos vícios), mudou meu pai, minha mãe, gente minha, gente nossa, da minha casa.
Jesus, o nazareno, vai passar por aqui, vai passar na minha vida.
É alguém capaz de mudar a minha sofrida condição de vida - a de cego que tem olhos, mas não vê!
É claro que eu abraçarei esta esperança, quero sair desta condição:
- Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!
Podem tentar dissuadir-me a não clamar. Não é ético, é demodê, coisa de crente, de gente humilde, ignorante, inoportuno, mas eu vou clamar:
- Filho de Davi, tem misericórdia de mim.
Somente eu e ele sabemos do meu estado, da minha incapacidade e inércia espirituais.
Que se danem os opositores, eu vou é clamar mais alto, com todas as forças que me restam. Clamarei por misericórdia, por perdão pela redenção.
Vou gritar tão alto a ponto de parar o mestre para ter dele a atenção.
Daí, basta pedir-lhe: Senhor eu quero ver.
Tendo como resposta um sonoro - Vê, a tua fé te salvou.


Como precisamos deste encontro!

A Ele toda a glória
Carlos R. Silva - verão de 2011 - é quase Natal!

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