sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Com o coração na eternidade

Rumores de outro mundo

Há em cada um de nós um instinto pelo eterno. Há um anseio por voltar, por conectar, como se estivéssemos longe, ausentes. Um instinto encontrado em todas as sociedades, todos os povos, todas as gentes, um instinto pelo religioso.
Dê-se o nome que quiser, classifique-se como for, sejam budistas, hinduístas, cristãos, todos tendem a venerar alguém maior. Eterno?
O salmista exclama: "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?". E vai além: “Minhas lágrimas ... me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus? ".
Essa aspiração humana é resultado do choque entre o ser finito e a consciência da eternidade.
Nosso coração também percebe a eternidade de formas que diferem das percepções religiosas. Enxerga-se com clareza a beleza no mundo criado, mundo em que vivemos.
Eclesiastes resiste como uma obra de grande literatura e como um livro de enormes verdades, porque apresenta os dois lados da vida sobre este planeta: a promessa de prazeres tão atraentes que podemos dedicar nossa vida à busca deles e, depois a assombrosa percepção de que os prazeres não satisfazem.
O provocante mundo de Deus é grande demais para nós.
Criados para termos outra casa, criados para a eternidade, finalmente compreendemos que nada deste lado do paraíso atemporal aplacará os rumores do descontentamento.
O Pregador escreve: “[Deus] também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez”.
Essa é a ideia central do Eclesiastes. A mesma lição que Jó aprendeu no pó e nas cinzas – que nós, seres humanos, não podemos entender a vida sozinhos – o Pregador, por sua vez, aprende legislando num palácio.
Desespero! Será assim que terminaremos, se não enxergarmos nossas limitações e não nos sujeitarmos aos preceitos de Deus, se não confiarmos no Doador de todos os dons.
Eclesiastes nos convida a aceitar nossa condição de criaturas sob o domínio do Criador, algo que poucos de nós fazem sem resistência.

A Deus toda a glória!

Carlos R. Silva 
primavera  2013

Referências:
  • Bíblia SagradaSalmos 42:2-3 Eclesiastes 3:11
  • Anseio pelo eterno - Igreja Batista da Liberdade
  • A Bíblia que Jesus lia  – Philip Yancey

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