segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Quão Longe de Deus se Pode Ir?

Então levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo, e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver.
Todo o povo ficou atônito e disse: "Não será este o Filho de Davi? "
Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: "É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios".
Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.
Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo. Como, então, subsistirá seu reino?
E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os filhos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês.
Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.
"Ou como alguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo? Só então poderá roubar a casa dele.
"Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha.
Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.
Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir.
(Mateus 12:22-32)


É possível resistir tanto à Deus, a ponto de não ter como vir à ele?
É possível resistir tanto à Deus, a ponto de não ter como voltar para ele?
É possível resistir tanto à Deus, a ponto de não ser aceito por ele?
Quão longe podemos ir em nossa obstinação, acreditando que temos o controle das nossas vidas, do nosso destino e negligenciar o convite do Senhor?

1. A mente obstinada estreita a visão

Até os magos, vindos de outras terras, entenderam, e seus estudos lhes permitiram concluir que o rei dos judeus havia nascido. (Mt 2.1,2). Só eles, não perceberam.

A fixação por um rei que restaurasse o trono de Israel, um novo Davi, e a falta de sensibilidade para com as Escrituras, não lhes permitia ver que o verdadeiro rei dos Judeus já estava entre eles.
Visão estreitada! Ela é um perigo em qualquer área da vida, principalmente na espiritual.

2. A visão estreitada produz absurdos

Os exorcistas normalmente invocavam um espírito mais poderoso para livrarem-se de um de menor poder. E a acusação dos oponentes de Jesus é a de que ele usava a magia apoiado em Satanás. (Mt 12.24).
Isso foi tão forte que, no século II, quase 200 anos depois, os rabinos ainda acusavam Jesus e os judeus cristãos de fazerem uso da feitiçaria.

Os mestres, ofendidos, estão agora na ofensiva. E, em seus corações, já planejavam mata-lo. (Mt 12.14).
Belzebu era um título aplicado no antigo judaísmo a Satanás.
A visão deles não era clara, estava comprometida pelo ódio. E a pessoa neste estado, faz e fala absurdos.

Quantas vezes se diz, ou se faz coisas absurdas, por que nosso senso de juízo, que não é lá grande coisa, segundo Isaías (Is 64.6), está comprometido pelo ódio, pela inveja, pelo egoísmo, pela malícia, pela ira e, enfim, por todas aquelas ervas daninhas chamadas, pelo apóstolo Paulo, de obras da carne (Gl 5.19).

É bom lembrar de que “que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.” (Gl 5:21).

É chocante! Não herdarão porque ainda não nasceram de novo, não foram regenerados pelo Espírito Santo, não têm o coração transformado, não se converteram ao Evangelho.

Se esta trasnformação ainda não aconteceu, deveríamos parar aqui, e, humilhados, rosto em terra, clamar aos pés de Jesus, nos redermos a ele, deixar que ele se torne senhor das nossas vidas e experimentar o novo nascimento através do Espírito Santo!

3. Jesus invade a casa de Satanás

Jesus não nega que existiam outros exorcistas. Os fariseus também expulsavam demônios. E usavam métodos que pareciam mais com magia do que os métodos de Jesus.

No bom estilo dos tradicionais mestres judeus, que era a réplica rápida e engenhosa, Jesus passa a lhes afirmar que um reino, uma cidade ou uma família dividida contra si mesmo arruinará. Se todos não “falarem a mesma língua”, se os objetivos não forem comuns, se uns quiserem aparecer mais do que outros, a ruina é certa. (Mt 12.25).

E isso é uma verdade incontestável à nossa vida como indivíduos, famílias, igreja.

Como anda a coesão da nossa igreja? Temos todos falado a mesma língua? Temos defendido a causa nobre e santa do evangelho por onde andamos?

É claro que a igreja é do Senhor Jesus, mas ela é os seus membros!

Se Satanás estivesse divido como poderia seu reino permanecer? É uma incoerência! (Mt 12.26).

E o que dizer dos demais, muitos dos quais eram fariseus, que também expulsavam demônios? Por quem então estariam expulsando? Estariam todos no mesmo barco, eram filhos de Belzebu também! (Mt 12.27).

Será que um demônio batendo em retirada, expulso, chamando atenção para outro servo de Satanás, seria apenas uma retirada estratégica?

E o que dizer da multidão de pessoas que vinham sendo libertas todos os dias?
É evidente que isto era uma clara derrota de Satanás. Jesus invadiu a casa de Satanás!

O Reino de Deus havia estava implantado, o verdadeiro Rei estava entre eles. O Espirito do Senhor, o mesmo que operava através dos profetas, e que eles já não viam mais há 400 anos, estava novamente agindo. (Mt 12.28).

Ao citar Isaías:
“Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem tenho prazer. Porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará justiça às nações.” (Mt 12:18 ).
Mateus está apontando e reivindicando que Jesus é o Messias.

A derrota de Satanás era um fato, não teria como saquear sua casa, ou seja, arrancar de lá as almas acorrentadas, o homem perdido, sem antes amarrar o dono da casa. É assim que se faz com o valente, não se entra no seu domínio sem amarrá-lo, sem dominá-lo. (Mt 12.29).

Jesus começou a derrotar o homem forte lá no deserto, quando foi tentado por ele. (Mt 4.1,11).

Em outra ocasião, numa sinagoga, ordenou ao demônio que saísse de um homem, “Cala-te, sai dele” (Mc 1.25) e num grito o demônio saiu.

Em Gadara, ele se deparou com uma legião de demônios, bastou sua presença para que os demônios entrassem em pânico. E como o temeram! Pois sabiam que a hora deles chegara. Nem precisou da ordem, bastou um “Ide” (Mt 8.32), para que se retirassem.

Após expulsar o demônio de um mudo, este voltou a falar e “a multidão se maravilhou, dizendo: nunca tal se viu isso em Israel” (Mt 9.33).

Jesus invadiu a casa de Satanás!

4. Não há como ficar em cima do muro

“Uma pessoa ou está de um lado ou está de outro”, diziam os mestres judeus. Jesus usa esta sabedoria e afirma mais, quem não ajuda atrapalha. (Mt 12.30).

A lealdade dividida é um perigo. Um homem não pode permanecer neutro em relação a Cristo. Ou está do lado dele, ou é contra ele.

Isso é sério, se não estiver fazendo nada, estou trabalhando contra!
Não cabe aqui o “não ajuda, e nem atrapalha”. Atrapalha sim!

Quem não é por ele, não testifica dele, não fala dele, não o recomenda a outros. Então atrapalha!
Atrapalha a obra do Espírito no coração do outro, pois será necessário um tempo maior para que a resistência seja quebrada.

5. Quão longe de Deus se pode chegar?

Blasfêmia pode ser geralmente definido como “irreverência desafiante”.
Blasfêmia é atribuída a pecados como amaldiçoar a Deus, ou, propositadamente, degradar coisas relativas a Deus. Também o é atribuir mal a Deus, ou negar atribuir a ele algum bem devido.

Este caso de blasfêmia, entretanto, é específico, chamado de “Blasfêmia contra o Espírito Santo”.

John Wesley e Adam Clarke também sustentam a opinião de que é “pecado imperdoável” atribuir a Satanás uma obra que é do Espírito Santo.

A blasfêmia contra o Espírito, que nunca será perdoada, é atribuir ao poder do diabo esses milagres que Cristo realizou pelo poder do Espírito Santo.

O Espírito Santo é o único que revela Cristo e o significado de sua obra por nós. Ele é a oferta, o sacrifício santo oferecido a Deus em nosso favor.

A blasfêmia contra o Espírito é uma rejeição escarnecedora do Espírito, como o único Revelador da obra realizada por Deus em nosso favor a santa propiciação.

Se diz que não há como haver blasfêmia do Espírito hoje.
Nisto, ainda dependo extremamente da misericórdia de Deus!
Minha oração, e oro por vocês também, é para que nos ajude a nos guardar, a ser perseverantes. Que nos ajude a não nos afastarmos dele, a não ir muito longe, nunca!
Descobri que isso, só Deus torna possível, que não é mérito nosso.

Quão longe se pode ir de Deus?
Há um estado de existência imperdoável: o estado de incredulidade. Não há perdão para alguém que morre em incredulidade.
A contínua rejeição às exortações para crer em Jesus Cristo pode se constitiur na blasfêmia imperdoável.

Alguns dirão que, neste caso, a pessoa não é um eleito e predestinado. Mas quem são?
Deus em seu eterno e soberano Conselho sabe.

Lembre-se do que foi dito em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A única condição na qual alguém não pode ter perdão é se esse alguém não estiver entre “todo aquele que nele crê”.

Conclusão

Quão longe de Deus se pode chegar?
É possível ir tão longe de Deus que não se pode retornar?

Paulo adverte sobre consciências insensíveis, ou cauterizadas (1 Tm 4:2).

Hebreus fala de corações endurecidos (Hb 3) e daqueles que não podem ser trazidos de volta ao arrependimento (Hb 6).

João fala daqueles cujos pecados levam à morte, uma vez que eles se recusam a se arrependerem e a confessá-los (1 Jo 5:16-17).

O próprio Jesus fala do coração que é como o solo que foi pisoteado e compactado ao ponto em que nenhuma semente pode germinar (Lc 8:5).

Cada passo que damos afastando-nos de Deus aproxima-nos do ponto sem retorno.

Podemos perder o poder moral para mudar e voltar ao Senhor.

O problema, naturalmente, não está na vontade de Deus de perdoar o pecador (Lc 15; 2 Pe 3:9). Deus alegremente aceita e perdoa a todos que se arrependem.

"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." (2 Pe 3:9).

O problema está em que alguns rejeitam todas as tentativas de Deus para que se arrependam.

Depois que Jesus deixou a terra, o Espírito Santo veio para revelar a mensagem final da salvação. Para aqueles que a recusam e se voltam contra o Espírito Santo, Deus não tem nenhum outro plano. Não há outro sacrifício pelo pecado (Hb 10:26-31).

Aqueles cujo estado endurecido faz com que recusem, muitas vezes escarnecendo, o convite final de Deus, nunca serão perdoados.

Esta é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Com muito temor afirmo isto.

Queira Deus conceder-nos corações tenros para prontamente responder à sua palavra.

É aqui que vejo o papel do pregador, do evangelista e, na verdade de todo o cristão, nascido de novo:
"Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina." (2 Tm 4:2).

Feito isto, o trabalho será todo de Deus, pois o evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16).

O que fazer? "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião". (Hb 3:15).
"Arrependam-se" (At 2.38).

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